Alta na demanda por benefícios levou a um aumento nas negativas de auxílio-doença. Entenda os motivos.
Em 2024, o INSS enfrenta um aumento na demanda por benefícios, especialmente o auxílio-doença. Esse crescimento está ligado à introdução do sistema digital Atestmed, que facilita o envio de atestados médicos online.
Contudo, a alta nos pedidos resultou em uma análise mais rigorosa e, consequentemente, uma maior taxa de indeferimento. Muitos trabalhadores têm enfrentado dificuldades em garantir a concessão de seus benefícios devido a falhas no processo.
Entender as razões pelas quais um benefício é negado e os passos para contestar a decisão são fundamentais para proteger os direitos dos segurados. Conhecer os detalhes pode ser a chave para garantir que o auxílio-doença seja concedido de forma justa.
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Principais motivos para a negativa do auxílio-doença
Os pedidos de auxílio-doença podem ser recusados por diversos motivos. Os mais comuns incluem a falta de qualidade de segurado, carência insuficiente, documentação médica inadequada e a não comprovação da incapacidade. Vamos analisar cada um desses aspectos:
- Falta de qualidade de segurado: Para que um trabalhador mantenha a qualidade de segurado, é imprescindível que ele esteja contribuindo regularmente com o INSS ou dentro do chamado período de graça, que pode variar de 6 a 36 meses, dependendo da situação do segurado.
- Carência insuficiente: O auxílio-doença exige, em regra, um mínimo de 12 contribuições mensais. Em situações de doenças graves ou acidentes, essa exigência pode ser dispensada. Entretanto, para condições não consideradas graves, a falta desse número mínimo de contribuições resulta na negativa do pedido.
- Documentação médica inadequada: A falta de informações detalhadas, inconsistências nos laudos ou atestados com rasuras são erros comuns que podem levar à negativa do benefício. É essencial que o atestado médico contenha todos os dados necessários.
- Incapacidade não comprovada: O INSS realiza uma avaliação criteriosa da saúde do segurado. Mesmo que existam atestados médicos de profissionais particulares, a conclusão da perícia pode ser de que o trabalhador está apto para suas funções, dependendo da gravidade da condição apresentada.
- Fraudes e inconsistências: O aumento da fiscalização levou o INSS a ficar atento a possíveis fraudes. Divergências nos documentos apresentados ou a falta de comprovações adicionais podem resultar na negativa do pedido.
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A influência do sistema Atestmed nas negativas
O sistema Atestmed foi desenvolvido para facilitar o envio de atestados médicos, modernizando o processo de solicitação de auxílio-doença. Apesar de sua praticidade, muitos segurados têm encontrado problemas devido a erros no preenchimento dos documentos. Para evitar a rejeição, o atestado deve incluir:
- Nome completo do paciente;
- Descrição detalhada da condição ou doença;
- Período de afastamento necessário;
- Assinatura legível e registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) do médico responsável.
O não cumprimento dessas exigências pode resultar em recusas automáticas, exigindo uma perícia presencial para reavaliação.
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Como agir após a negativa do pedido
Quando um pedido é negado, o primeiro passo é entender o motivo da recusa. Essa informação pode ser obtida através do portal Meu INSS, onde o segurado pode acessar o histórico de solicitações e verificar as justificativas do INSS.
Compreendendo as razões da negativa, o segurado tem algumas opções:
- Recorrer administrativamente: O recurso pode ser protocolado diretamente pelo Meu INSS, na seção Novo Pedido. O processo envolve preencher informações pessoais, descrever os motivos da discordância e anexar documentos que comprovem a necessidade do benefício.
- Agendar nova perícia médica: Em algumas situações, o INSS pode solicitar uma reavaliação presencial. É crucial levar toda a documentação médica atualizada, incluindo laudos e exames que reforcem a alegação de incapacidade.
- Buscar vias judiciais: Caso o recurso administrativo não seja suficiente, é possível ingressar com uma ação judicial. Essa opção é recomendada quando há evidências claras de incapacidade que não foram reconhecidas na esfera administrativa.
Dicas para aumentar as chances de concessão
Manter a regularidade nas contribuições é fundamental para garantir o acesso ao auxílio-doença em situações de necessidade. Para aqueles que estão fora do mercado formal, contribuir como segurado facultativo é uma opção viável para preservar os direitos previdenciários. Além disso, é vital prestar atenção aos detalhes do atestado médico e dos documentos enviados. Informações incompletas ou inconsistentes podem comprometer a análise e resultar em indeferimentos desnecessários.
Direitos do segurado e recursos disponíveis
O auxílio-doença é um direito garantido pela Constituição Federal aos trabalhadores que estão temporariamente incapazes de trabalhar. Além da possibilidade de recorrer administrativamente ou judicialmente, os segurados podem procurar assistência gratuita em órgãos como a Defensoria Pública ou sindicatos trabalhistas para obter orientações sobre como proceder.
Embora a modernização dos serviços do INSS tenha trazido avanços significativos, ela também trouxe desafios, especialmente para segurados menos familiarizados com tecnologia. O INSS tem buscado adaptar-se a essa nova realidade, promovendo campanhas de orientação e canais de suporte para auxiliar os segurados em suas demandas.
Se você teve seu pedido de auxílio-doença negado, não desanime! Entenda seus direitos, busque informações e considere as opções de recurso disponíveis. Compartilhe este conhecimento com outros que possam estar passando pela mesma situação e juntos, busquem a justiça que merecem.