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INSS Atualiza Regras de Auxílio-Doença e Amplia Isenção para Lúpus e Epilepsia

A mudança na legislação garante a concessão de benefícios sem a exigência de contribuição mínima, desde que a gravidade da doença seja comprovada.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) implementou uma mudança significativa na legislação previdenciária, que agora inclui o lúpus e a epilepsia entre as doenças graves. Com essa nova regra, os brasileiros diagnosticados com essas condições não precisarão mais cumprir o período de carência para solicitar benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por incapacidade. Essa medida visa proporcionar maior justiça e proteção social aos trabalhadores afetados por essas doenças.

A decisão é fruto do Projeto de Lei 2.472/2022, aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, e altera a Lei 8.213/1991. Antes, para ter direito ao auxílio-doença, os segurados precisavam comprovar 12 meses de contribuição. Agora, portadores de lúpus e epilepsia poderão acessar esses benefícios diretamente, mediante laudos médicos que comprovem a gravidade da condição.

Essas alterações têm um impacto direto na vida de muitos brasileiros, simplificando o processo para que possam acessar os benefícios sem o requisito de tempo de contribuição. A medida reflete um esforço maior em garantir direitos mais justos e acessíveis àqueles que enfrentam dificuldades de saúde severas.

A inclusão do lúpus e da epilepsia entre as doenças graves é um avanço importante para a justiça social e o acesso mais fácil aos direitos previdenciários. Créditos: Jeanne Oliveira

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Lúpus e Epilepsia Se Unem a Outras Condições Graves

A lista de doenças isentas de carência do INSS já incluía enfermidades como tuberculose ativa, hanseníase, câncer, cegueira e paralisia irreversível. A inclusão de lúpus e epilepsia reforça o compromisso governamental de atender às necessidades de saúde de uma população vulnerável. Ambas as condições são crônicas e podem causar sérias limitações à qualidade de vida e à capacidade laboral.

A epilepsia, conhecida por crises convulsivas recorrentes, afeta cerca de 2% da população brasileira. O lúpus, uma doença autoimune que pode comprometer múltiplos órgãos, atinge principalmente mulheres em idade produtiva. O diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, mas o impacto financeiro dos cuidados médicos frequentemente dificulta a adesão a terapias.

Procedimentos Simplificados para Solicitação de Benefícios

O INSS tem modernizado seus serviços para facilitar o acesso aos benefícios. Com as novas regras, o processo para solicitar auxílio-doença ou aposentadoria por incapacidade pode ser iniciado digitalmente pelo aplicativo ou site Meu INSS. O sistema orienta o segurado em cada etapa, desde o preenchimento de informações pessoais até o envio de documentos médicos.

  • Acesse o portal Meu INSS ou o aplicativo e faça login com sua conta Gov.br.
  • Escolha a opção Novo requerimento e selecione Benefício por Incapacidade Temporária.
  • Preencha os dados solicitados, como informações do diagnóstico e documentos médicos.
  • Anexe exames, atestados médicos e outros comprovantes necessários.
  • Escolha a agência do INSS para atendimento e finalize o pedido.

Uma vez agendada a perícia médica, o segurado deve comparecer à unidade escolhida com todos os documentos originais. É essencial garantir que o laudo médico seja atualizado e contenha detalhes sobre a incapacidade laboral e o período necessário de afastamento.

Impacto das Mudanças na Vida dos Brasileiros

A inclusão de lúpus e epilepsia na lista de doenças isentas de carência representa um alívio para muitos brasileiros que enfrentam dificuldades financeiras devido às limitações impostas por essas condições. Além disso, especialistas acreditam que a medida pode ajudar a reduzir o número de trabalhadores que recorrem ao mercado informal devido à falta de suporte previdenciário.

Essa medida também beneficia o sistema de saúde pública, permitindo que os pacientes tenham maior acesso a tratamentos e medicamentos, reduzindo complicações médicas e internações de emergência. Este avanço é uma conquista para movimentos sociais e associações de pacientes que há anos lutam por mais inclusão e acessibilidade nos programas previdenciários.

Lista Completa de Doenças Isentas de Carência

Além das novas inclusões, a lista de doenças isentas de carência para benefícios do INSS é composta por:

  • Tuberculose ativa
  • Hanseníase
  • Alienação mental
  • Neoplasia maligna (câncer)
  • Cegueira
  • Paralisia irreversível e incapacitante
  • Cardiopatia grave
  • Doença de Parkinson
  • Espondiloartrose anquilosante
  • Nefropatia grave
  • Hepatopatia grave
  • Estado avançado da doença de Paget
  • Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
  • Contaminação por radiação, conforme laudo médico especializado
  • Lúpus
  • Epilepsia

O impacto financeiro e social dessas isenções é significativo, pois permitem aos segurados acesso mais rápido a benefícios essenciais em momentos de necessidade.

Contexto Histórico e Comparações Internacionais

A política de isenção de carência para doenças graves no Brasil teve início com a promulgação da Lei 8.213/1991, que regulamenta os benefícios da Previdência Social. Desde então, diversas condições foram adicionadas à lista após debates no Congresso Nacional e pressão de organizações da sociedade civil.

Em outros países, como Estados Unidos e Canadá, políticas semelhantes têm sido implementadas, mas frequentemente incluem critérios adicionais, como níveis de renda ou a avaliação da gravidade da doença. No Brasil, o modelo busca ser mais abrangente, alinhando-se ao princípio constitucional de proteção social.

Relatos de Beneficiários Destacam a Importância das Mudanças

Pacientes diagnosticados com lúpus e epilepsia têm relatado alívio e esperança com a nova legislação. Maria Aparecida, de 38 anos, convive com o lúpus há mais de uma década e enfrentava dificuldades para contribuir regularmente com o INSS devido às limitações impostas pela doença. Agora, sei que terei mais segurança e não precisarei me preocupar com o tempo de contribuição para acessar os benefícios, afirma.

Já Lucas Andrade, de 29 anos, que foi diagnosticado com epilepsia na adolescência, destaca que a medida permitirá maior foco em seu tratamento. Ter esse apoio do INSS faz toda a diferença para continuar trabalhando com mais tranquilidade e cuidando da minha saúde, declara.

Desafios e Expectativas para o Futuro

Embora a inclusão de lúpus e epilepsia seja um avanço, especialistas apontam que o INSS ainda enfrenta desafios estruturais, como o tempo de espera para perícias médicas e a sobrecarga de processos administrativos. A digitalização dos serviços é vista como um caminho promissor, mas demanda investimentos contínuos em tecnologia e capacitação de servidores.

Espera-se que a nova medida inspire a inclusão de outras condições na lista de isenção de carência, ampliando ainda mais o alcance da proteção previdenciária no Brasil. A ampliação do rol de doenças graves no INSS pode trazer efeitos positivos para a economia, ao garantir maior estabilidade financeira para famílias em situação de vulnerabilidade. Além disso, o fortalecimento das políticas previdenciárias pode contribuir para a redução de desigualdades e promover uma sociedade mais inclusiva.

Ao mesmo tempo, a medida exige planejamento orçamentário e ajustes no sistema previdenciário para garantir sua sustentabilidade. O diálogo contínuo entre governo, legisladores e sociedade civil será essencial para consolidar esses avanços e atender às demandas da população.

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